MAJOR BRIGADEIRO-DO-AR DIONISIO CERQUEIRA DE TAUNAY
O Maj Brig Dionisio Cerqueira de Taunay nasceu no Rio de Janeiro (DF), em 5 de julho de 1913 e foi admitido na Escola Naval em abril de 1930. Foi declarado Guarda Marinha a 1º de dezembro de 1933 e fez curso de Aviador Naval, tendo solado em avião De Havilland DH – 82 Tiger Moth em 15 de setembro de 1936.
Brevetado, foi servir na 2ª Esquadrilha de Adestramento Militar, onde voou Fairey Mk VIII Gordon. No restante de seu tempo na Marinha, cumpriu as linhas do Correio Aéreo Naval, voando as aeronaves Wacco CSO, Wacco CJC, Focke Wulf 44J, Focke Wulf 58B e North American NA-46.
Já no posto de Capitão-Tenente, ao qual fora promovido em 1º de junho de 1940, foi incluído na Força Aérea Brasileira, em 20 de janeiro de 1941, como Capitão-Aviador, com a criação do Ministério da Aeronáutica.
Serviu no Gabinete Técnico do Ministério da Aeronáutica e, com a criação do Agrupamento de Aviões de Adaptação em Fortaleza, em 1942, fez sua transição para os novos aviões que a FAB estava recebendo. Fez o translado em vôo, dos EUA para o Brasil, de diversas aeronaves, a primeira como piloto e as outras como Comandante da Esquadrilha:
- Vultee BT-15 Valiant – Saída de San Antonio, Texas em 23/03/42;
- North American AT-6C Texan – Saída de San Antonio,Texas em 02/07/43;
- North American B-25J Mitchell – Saída de San Antonio, Texas em 26/12/47;
- Lockheed P-2V-5 (P-15 na FAB) Neptune – Saída de Fresno,Califórnia em 17/12/58
Comandando uma Esquadrilha de 5 aeronaves para o 1º/7º GAv na Base Aérea de Salvador.
Como Capitão, serviu no 2º Grupamento de Patrulha na Unidade Volante da Base Aérea do Galeão, onde voou Lockheed A-28A Hudson e Consolidated PBY-5 Catalina.
O BRASIL NA GUERRA – ATUAÇÃO DA AVIAÇÃO DE PATRULHA
Em 22 de agosto de 1942, o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália e o 2º Grupo de Patrulha foi das primeiras unidades da FAB a executar missões sobre o Atlântico. O Capitão-Aviador TAUNAY voou 67 missões de Patrulha em aeronaves A-28A Hudson e PBY-5 Catalina.
Seu batismo de fogo ocorreu no dia 30 de outubro de 1943, quando fazia uma missão de cobertura aérea de comboio voando um avião Catalina PBY-5. Ao avistar um submarino, ao largo de Cabo Frio, realizou ataque com bombas de profundidade e tiros de metralhadora, tendo enfrentado reação antiaérea. O Catalina foi atingido no motor, na fuselagem e na empenagem, sendo obrigado a embandeirar a hélice direita. No evento, dois tripulantes foram feridos pelos tiros da artilharia antiaérea: 1º Mecânico 1S QAv Halley Passos, e o 2º Mecânico 3S QAv Humberto Mirabelli.
O Ministro da Aeronáutica, pelo Aviso 165, de 13 de novembro de 1943, elogiou a tripulação:”Tomando conhecimento da parte relativa ao ataque feito a um submarino inimigo, no dia 30 de outubro findo, por um avião da Unidade Volante da Base Aérea do Galeão, tenho grande satisfação em louvar o Capitão Aviador Dionisio Cerqueira de Taunay comandante do avião e sua tripulação pela bravura com que, evidenciando mais uma vez a eficiência da Força Aérea Brasileira, se conduziram no Combate travado e que resultou no afundamento do submarino”.
“(a) Salgado Filho – Ministro da Aeronáutica.”
CURSO DE PATRULHA
O Capitão-Aviador TAUNAY foi promovido a Major-Aviador em 04/12/43, tendo assumido o comando do 2º Grupo de Patrulha, equipado, à época, com aeronaves Consolidated PBY-5A Catalina (Anfíbio). Durante seu Comando, em 1944, foi realizado o Curso de Patrulha nessa Unidade, ministrado pela United States-Brazil Aviation Training Unit (USBATU), com orientação de oficiais da Marinha Americana, tendo recebido o diploma de Primeiro Piloto de Patrulha.
CAMPANHA DA ITÁLIA
Com o Brasil participando da Campanha na Europa, o Major-Aviador Dionisio Cerqueira de TAUNAY foi designado Oficial de Ligação da FAB com a United States Army Air Forces (USAAF) na Itália, onde permaneceu até o fim das hostilidades.
CARREIRA PÓS-GUERRA
Realizou o curso de Estado-Maior em Fort Leavenworth, EUA, na USAAF, em 1945/46. De volta ao Brasil, foi para a ECEMAR fazer Curso Superior de Comando, após o qual permaneceu como instrutor por mais 3 anos. Em 1950, foi classificado no Estado-Maior da Aeronáutica na 2ª Seção.
Criado o Comando de Transporte Aéreo (COMTA) em 1951, foi seu primeiro Chefe de Estado-Maior. No Correio Aéreo Nacional (CAN), voou as aeronaves Douglas C-47 Skytrain e Curtiss-Wright C-46 Commando.
Em 1953, comandou a Base Aérea de Belém, sede do 1º/2º Grupo de Patrulha, equipado com aeronaves PBY-5 e PBY-5A Catalina (hidroavião e anfíbio) que, além de Unidade de Patrulha, era responsável pelo Correio da Fronteira Amazônica. Em função de sua experiência operacional durante a guerra, muito contribuiu para o rendimento do treinamento realizado naquela Unidade.
Foi nomeado Adido Aeronáutico em Caracas, Venezuela e, posteriormente, oficial da Comissão Militar Mista de Defesa Brasil-Estados Unidos (CMMDBEU), com sede em Washington-DC, nos Estados Unidos.
MEDALHAS COM QUE FOI AGRACIADO
- Medalha de Serviço Militar (Ouro-30 anos)
- Medalha Mérito Aeronáutico (Grau de Comendador)
- Medalha da Campanha do Atlântico Sul
- Medalha Cruz de Aviação – Fita A
- Medalha Cruz de Aviação – Fita B – 3 Estrelas
- Medalha da Campanha da Itália
- Medalha Estrela Negra da União Francesa
FINAL DE CARREIRA
Com o chamado Acordo de Noronha, o Brasil recebeu diversas aeronaves para equipar suas Unidades Aéreas. Para o cumprimento de Missões de Patrulha, o 1º/7º GAv, sediado na Base Aérea de Salvador, recebeu 14 aeronaves Lockheed P2V-5 Neptune. No Posto de Coronel-Aviador, Taunay foi nomeado Comandante da Base Aérea de Salvador, com a responsabilidade pela implementação das novas aeronaves de Patrulha.
Antes de assumir seu novo Comando, participou do treinamento das equipagens do 1º/7º GAv no curso que iriam realizar na Marinha Americana (US NAVY) nas Bases Aéreas de Corpus Christi – Texas (Treinamento Básico em aeronaves P2V-2, P2V-3 e P2V-4); na Base Aérea de Jacksonville – Flórida (Treinamento Operacional em aeronaves P2V-5 F em um Esquadrão de emprego da US NAVY); e Treinamento de Táticas de Emprego da Aviação de Patrulha na Base Aérea de Norfolk – Virgínia, com um tempo total de 4 meses nesse treinamento.
Terminado o treinamento, o Coronel TAUNAY apresentou-se, em Washington DC, às autoridades brasileiras com os integrantes do 1º/7º GAv pelo fim da missão realizada na US NAVY. Logo após, seguiu para Fresno – Califórnia, onde seria concluído o recebimento dos primeiros P-15 que estavam sendo revisados na Grand Central Aicraft Corporation, tendo saído de Fresno – Califórnia em 17/12/58 e chegado à Base Aérea de Salvador em 31/12/58.
Em 01/03/59, a aeronave do Gabinete do Ministro que conduzia o Coronel-Aviador Dionisio Cerqueira de TAUNAY, juntamente com sua família, em viagem do Rio de Janeiro com destino a Salvador, sofreu um grave acidente nas proximidades de Prado (Bahia) não tendo havido nenhum sobrevivente.
De acordo com a Lei 1.156/50, o Cel Av TAUNAY foi promovido “post-mortem” a Maj Brig Ar em 13 de abril de 1959.
CEL. AV. Dionisio CERQUEIRA DE TAUNAY-01/03/1959