Hoje, 28 de fevereiro de 2008, o Coronel Sebastião Dantas Loureiro, faleceu no Hospital da Aeronáutica.
Como eu achei o nome dele listado no seu site, resolvi informa-lhe.
Sou neto dele e ouvi tantas histórias que daria um livro.
A mais épica de todas aconteceu quando ele ia do Brasil para os EUA terminar o treinamento que o levaria à II Guerra Mundial. Sobrevoando o Golfo do México, acima de uma grande tempestade, foi avisado pelo seu colega do avião ao lado que vazava muito óleo do seu avião.
Ele respondeu que os mostradores não indicavam nenhuma anormalidade mas, em pouco tempo, sua aeronave começou a perder altitude, forçando-o a pousar na água no meio da tempestade, em pleno oceano.
Meu avô me disse que o momento do pouso foi umas das melhores sensações que já sentiu, pois, para ele nivelou o avião com a água, fazendo somente com que a cauda tocasse no mar. “Parecia uma lancha” me disse. Mas depois, disse também que sentiu uma das piores sensalções pois, quando a hélice frontal bateu no bar, a freada que se deu foi imediata, parando totalmente o avião e fazendo com que ele batesse com o rosto no painel.
Ele não teve nem tempo para ver se estava sangrando. O avião começou a afundar só dando tempo para que ele pegasse o bote salva-vidas e mergulhe no mar.
A partir daí, foram 8 horas boiando entre ondas enormes e tubarões, lutando para não se afogar, agarrando-se ao minúsculo bote.
A esquadrilha dele, assim que ele caiu, passou as coordenadas para a guarda-costeira em Miami que enviou 4 aviões para localizá-lo. Fizeram um quadrante nas coordenadas passadas, mas ele já havia mudado de posição devido à correnteza. A sorte foi que um dos aviadores saiu de posição e o localizou. Depois enviaram uma embarcação para buscá-lo.
Meu avô foi um grande brasileiro, lutou sempre em defesa da soberania nacional e nunca se deixou corromper ou seduzir pelos apelos materiais.
Obrigado pela atenção.
Autor Thomaz Dantas Loureiro