1°/7° GAV – Desfile de 7 de Setembro de 1959

A volta por cima.

Na semana anterior ao “Dia da Pátria” recebeu o 1°/7° GAv a missão de deslocar o Esquadrão para o Rio de Janeiro a fim de integrar o Desfile Aéreo que se realizou, na então capital da República, juntamente com aeronaves de diversos Esquadres e Grupos da FAB.

O 1°/7° GAv iria apresentar seus aviões P-15 (Netuno), pela primeira vez ao povo brasileiro. Eram aeronaves modernas e bem equipadas que recentemente haviam passado a integrar a Aviação de Patrulha da FAB.

O Esquadrão e a Base Aérea de Salvador trabalhavam arduamente no preparo desse deslocamento. Deveriam participar do “Desfile Aéreo” com 12 aeronaves P-15. Isso parecia impossível devido à deficiência de suprimento e problemas de manutenção existentes. O desafio era de que o 1°/7° GAv deveria participar no Rio, no mínimo, com 9 aeronaves.

Oficiais e subalternos sabiam que as dificuldades eram enormes, mas teriam de ser superadas. Só admitiam cumprir a missão recebida, qualquer que fosse o sacrifício exigido. O Esquadrão executou o deslocamento para o Rio (BAe do Galeão) com 10 aeronaves P-15, que lhe dava a possibilidade de uma formatura com 9 aviões, contando ainda também com um avião reserva, caso houvesse problema com qualquer uma das aeronaves envolvidas no “Desfile”.

As tripulações do 1°/7° GAv já se sentiam sobrevoando a Av. Presidente Vargas, com seus P-15 orgulhosamente integrando o “Desfile Aéreo”. A Parada Militar no Rio, sempre era uma grande festa:Homens, mulheres e crianças estariam agitando bandeiras brasileiras, como uma forma simples e patriótica de demonstrar seu amor ao Brasil, em sua data magna.

O início desse magnifico espetáculo dependia apenas da difísil decisão que cabia à autoridade máxima da FAB, responsável pelo “Desfile Aéreo”. As condições meteorológicas reinantes não eram boas: teto baixo, pouca visibilidade e chuva contínua na área. Todos queriam participar do evento, entretanto, estavam conscientes de que a decisão não poderia comprometer a segurança das aeronaves envolvidas e a grandiosidade do espetáculo.

As tripulações já se encontravam junto às suas aeronaves. Sentia-se no ar um sentimento de frustração. O “Desfile Aéreo” corria o sério risco de ser cancelado. Os tripulantes se entreolhavam, como que perguntando: “Tanto esforço, tanto trabalho, tanto entusiasmo”. Teria sido em vão? Haveria alguma compensação? Todos sentiam que alguma coisa aconteceria, mesmo que fosse cancelado o “Desfile Aéreo”.

A ordem do cancelamento foi dada às 09:15hs, juntamente com a liberação de todas as aeronaves regressarem às suas unidades. Em virtude do cancelamento do “Desfile Aéreo” no Rio, o Comandante decidiu que o 1°/7º GAv faria a sua apresentação na Parada Militar de Salvador cumprindo a missão que lhe fora atribuída, mudando apenas o local da apresentação do Rio, para Salvador.

Imediatamente foi dada a ordem a todo o Esquadrão.

Tripulações a postos para decolagem imediata cumprindo NPA do Esquadrão para deslocamentos em voo IFR com decolagens a cada 30 segundos. As aeronaves iriam fazer um voo direto Rio-Ilhéus, fora de aerovia, em regime máximo contínuo.

O 1°/7° GAv tinha pressa de chegar a Salvador. O Esquadrão se reuniria sobre Ilhéus e prosseguiria com seus aviões em formatura até a cidade de Salvador. A intenção do Comandante era que o Esquadrão participasse da Parada Militar do “Dia da Pátria” antes do seu encerramento.

O 1°/7° GAv sobrevoou com seus P-15, em formação, a Av. 7 de Setembro, encerrando a Parada Militar com um magnífico desfile. Foram feitas três passagens aéreas: a primeira com o Esquadrão em formatura; a segunda em Esquadrilha e a última em voo razante individual, encerrando com chave de ouro a Parada Militar de 7 de Setembro de 1959.

Após a última passagem cada aeronave sobrevoou o Farol da Barra, prosseguindo para o pouso na BAe de Salvador.

As tripulações sentiam-se realizadas. Haviam cumprido com êxito a missão recebida. Haviam apresentado seus modernos aviões de patrulha ao Brasil.

O 1°/7° GAv estava de parabéns. O esforço, o trabalho, a dedicação e tudo mais que fora exigido de todos, no cumprimento da missão, havia sido regiamente recompensado.

Foi uma demonstração inequívoca na qual o Esquadrão (ORUNGAN) provou estar sempre pronto para cumprir qualquer missão recebida.

O final foi feliz. Reinava entre todos uma grande alegria e satisfação pelo dever cumprido. Havia sido dada a volta por cima.

Parabéns pela garra e feito glorioso do 1°/7° GAv, Esquadrão ORUNGAN, orgulho da Aviação de Patrulha da FAB.

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